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Milhares de estudantes foram às ruas de Curitiba na manhã desta quarta-feira (05) para protestar contra a MP 746/16, que institui uma reforma do ensino médio no país. O ato, protagonizado por estudantes das escolas públicas de Curitiba, foi realizado na Praça Santos Andrade. Educadores e educadoras também participaram da manifestação para demonstrar sua insatisfação com a Medida Provisória.

Ao site da APP-Sindicato, o estudante Mateus dos Santos, presidente da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (UPES), disse quais os principais problemas com a MP. “Essa não é a reforma que sempre defendemos. O povo não foi consultado, também não houve nenhum diálogo com os estudantes. Eles querem que deixem de ser obrigatórias disciplinas como Sociologia, Filosofia, Artes, justamente as matérias que servem para deixar os estudantes críticos. Essa é uma proposta pensada para fornecer mão de obra para a iniciativa privada”, aponta.

A vereadora Professora Josete (PT), que esteve presente no ato dos estudantes, lembra que este é mais um retrocesso que a educação tem de enfrentar nos poucos meses de governo Temer. “Já tivemos cortes no FIES, no Pronatec, e agora esta proposta de reforma sem nenhuma consulta à sociedade, através de uma Medida Provisória. Os estudantes estão demonstrando que não aceitarão estes retrocessos e cabe a nós entrar nessa luta ao lado deles”, salientou.

Os educadores também se posicionam de forma contrária à reforma. “Enviar uma reforma estrutural sobre medida provisória é arbitrário. Isso não combina com o amplo debate entre educadores e o povo brasileiro. Essa é a nossa defesa. Jamais deveria ter sido promulgado como medida provisória. Temos um completo desacordo com um conjunto de propostas. Não dá para submetermos nossos adolescente à uma escolha de formação condicionada por áreas do conhecimento, muito menos tornar facultativas matérias que servem para a emancipação do indivíduo. Os próprios estudantes já perceberam isso”, diz o presidente da APP-Sindicato, o professor Hermes Leão.

Escolas ocupadas

Em todo o país, escolas já estão sendo ocupadas pelos estudantes em protesto contra a reforma, a exemplo do que ocorreu em São Paulo no início deste ano, quando estudantes ocuparam escolas para protestar contra o fechamento de equipamentos públicos de ensino. No Paraná, 12 escolas públicas já foram ocupadas. O Colégio Estadual Teobaldo Kletemberg, no Sítio Cercado, deve ser o primeiro a ser ocupado em Curitiba.

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